Rede Municipal de Ensino recebe 15 dispositivos para alfabetizar, escrever, ler e imprimir no Sistema Braille

Rede Municipal de Ensino recebe 15 dispositivos para alfabetizar, escrever, ler e imprimir no Sistema Braille

Foto: Ariéli Ziegler

Promovendo a inclusão social e a acessibilidade, a Prefeitura de Santa Maria, por meio da Secretaria de Educação, realizou na manhã desta segunda-feira (21) a entrega de tecnologias de auxílio no ensino e aprendizagem de estudantes com deficiência visual da Rede Municipal de Ensino (RME).


Sendo um investimento de cerca de R$ 380 mil, trata-se da primeira compra feita pelo Município para esta finalidade. Serão contemplados 12 estudantes com deficiência visual (cegueira e baixa visão) de 10 escolas da Rede. O ato de entrega ocorreu no auditório da Secretaria de Educação, e contou com a presença do prefeito Jorge Pozzobom, da secretária de Educação, Lúcia Madruga, de servidores da pasta e professores da rede municipal.


— A educação é prioridade absoluta, não só no discurso, mas na prática. Quando a gente tem a falta do recurso, a gente tem que fazer a gestão. Por isso que estamos adotando as medidas compensatórias, como a da empresa que irá reformar o muro da EMEF Renato Nocchi Zimmermann. Estamos fazendo creches, como a da Maringá, que já entregamos; a do Residencial Monte Bello, e da Nova Santa Marta que estão 99% concluídos, mais a creche no Bairro Medianeira, que está 70%, e a do Residencial Lopes. Cada centavo que na Educação não é gasto, é investimento — declarou o prefeito Jorge Pozzobom.


A compra totalizou R$ 378.043,00, e foi financiada com recursos próprios da pasta. Foram adquiridos e entregues aos professores 15 dispositivos para alfabetizar, escrever, ler e imprimir no Sistema Braille. São eles:


  • Brinca Braille (4 un.), um equipamento voltado à quem está iniciando na alfabetização em Braille. O dispositivo possibilita diversas dinâmicas pedagógicas e interativas a partir de células destacáveis e recursos sonoros; 
  • Linha Braille (5 un.), uma tecnologia de escrita digital para quem já tem domínio do Braille. Funciona como um teclado, conectado a um computador;
  • OmniReader (5 un.), que é um digitalizador, ampliador e leitor portátil. O dispositivo consegue escanear um documento para reproduzir o conteúdo em um visor com o texto ampliado e em alto-contraste. Além disso, o equipamento também pode ler o conteúdo para o usuário a partir da conversão de texto para fala;
  • VP Rogue (1 un.), impressora de braille que, num mesmo documento, é capaz de imprimir textos em braille 3D e gráficos táteis em alta resolução.


— A equipe das escolas, que identifica as demandas e nos traz com precisão, e a nossa equipe aqui da secretaria. Quando chegamos na educação especial e na criança que tem essa necessidade, ali a gente pode dizer que consegue consagrar esse trabalho, porque é uma questão que vai dar a essas crianças uma condição muito além do que a gente vinha conseguindo fazer por eles até agora. Isso não tem preço — considera a secretária de Educação, Lúcia Madruga.


As Escolas Municipais de Ensino Fundamental (EMEF) abaixo são as que foram contempladas:

  • EMEF Fontoura Ilha (Noal) - 1 Brinca Braille
  • EMEF Padre Gabriel Bolzan (Camobi) - 1 Brinca Braille
  • EMEF junto ao CAIC Luizinho de Grandi (Lorenzi) - 1 Brinca Braille
  • EMEF Rejane Garcia Gervini (Estância do Minuano) - 1 OmniReader
  • EMEF São Carlos (Urlândia) - 1 OmniReader
  • EMEF Júlio do Canto (Camobi) - 1 Linha Braille
  • EMEF Sérgio Lopes (Renascença) - 1 Linha Braille
  • EMEF Adelmo Simas Genro (Nova Santa Marta) - 1 OmniReader e 1 Linha Braille
  • EMEF Maria de Lourdes Ramos Castro (Diácono João Luiz Pozzobon) - 1 OmniReader e 1 Linha Braille
  • EMEF Pão dos Pobres (Passo D’Areia) - 1 OmniReader, 1 Linha Braille 1 Brinca Braille e 1 impressora


— Esses dispositivos vão beneficiar todas as crianças de cada escola. São tecnologias que serão utilizadas para viabilizar e facilitar a aprendizagem do braille e de outras habilidades, mas servirão também para que os colegas também tenham acesso e conheçam sobre o braille, e como que o colega que tem baixa visão ou cegueira estuda para se comunicar — explica Carolina Teixeira, coordenadora de Educação Especial da Secretaria de Educação.


SEMANA NACIONAL DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL E MÚLTIPLA

A entrega dos equipamentos marca a abertura da Semana Nacional da Pessoa com Deficiência Intelectual e Múltipla, que vai desta segunda-feira (21) a 28 de agosto. No próximo domingo (28), entre as 14h e 18h, a Secretaria de Educação estará promovendo uma atividade na Praça do Mallet, com apresentações artísticas, mateada com distribuição de erva-mate e água e demonstração de esportes adaptados e entre outras atrações. A mateada está sendo organizada em conjunto com a 8ª Coordenadoria Regional de Educação (8ª CRE) e a Frente Parlamentar da Pessoa com Deficiência.


O BRAILLE

Conforme o Ministério da Educação, o braille é um sistema de escrita e leitura tátil para as pessoas cegas inventado pelo francês Louis Braille, ele mesmo cego aos três anos devido a um acidente que causou a infecção dos dois olhos. 


O sistema consta do arranjo de seis pontos em relevo, dispostos na vertical em duas colunas de três pontos cada, no que se convencionou chamar de "cela braille". A diferente disposição desses seis pontos permite a formação de 63 combinações ou símbolos para escrever textos em geral, anotações científicas, partituras musicais, além de escrita estenográfica.


O sistema foi utilizado em nosso país, na sua forma original, até a década de 1940, quando precisou de sofrer algumas modificações impostas pela reforma Ortográfica da Língua Portuguesa, ocorrida na época. Em 1999 foi criada a Comissão Brasileira do Braille, que passaria a partir do ano seguinte a trabalhar em conjunto com uma comissão portuguesa criada com o mesmo objetivo. 


O trabalho foi concluído em 2002 e a Grafia Braille para a Língua Portuguesa passou a ser adotada em todos os territórios brasileiros e portugueses, conforme a recomendação da União Mundial de Cegos e da Unesco. Trata-se, portanto, de um documento normatizador e de consulta, destinado especialmente a professores, transcritores, revisores e usuários deste sistema que revolucionou a vida dos cegos de todo o mundo, permitindo a sua inclusão social e o desenvolvimento de suas potencialidades.


*Com informações da Prefeitura Municipal de Santa Maria

Carregando matéria

Conteúdo exclusivo!

Somente assinantes podem visualizar este conteúdo

clique aqui para verificar os planos disponíveis

Já sou assinante

clique aqui para efetuar o login

Três professores da UFSM recebem o Prêmio Pesquisador Gaúcho 2023 da Fapergs Anterior

Três professores da UFSM recebem o Prêmio Pesquisador Gaúcho 2023 da Fapergs

Deputados aprovam contratação de professores e servidores Próximo

Deputados aprovam contratação de professores e servidores

LEIA MAIS
Educação